terça-feira, 3 de maio de 2011

Casa nova

É engraçado o céu preto.
Parece minha camisa, mas minha camisa não chove não. Minha cara chove quando o céu fica preto. Se Laerte me desenhasse no jornal de hoje, pintaria uma cara chovendo ou um céu preto. Laerte às vezes é tão besta e incrível.

Eu tenho um guarda-chuva que protege aquilo que é meu corpo, daquilo que minha cara chove. Ele fica logo abaixo daquela que me lembra de tudo e acima daquilo que é o resultado de tudo que fiz.

Eu me mudei de mim ontem. Agora moro aqui nessa rua. As casas pintadas de cal são divertidas de um colorido sorriso forçado. Tenho uma cadeira, uma janela e um céu preto. O nome da minha rua é Nossa Senhora do Silêncio.

Eu queria ser o céu preto. Ele sempre está aqui ou ali ou em qualquer outro canto. Ele chove pra ela. E eu, cinza, com minha cara, cinza, a chover no lugar errado.

Comprei três metros de céu preto. Vou comê-los.
Tem gosto de alfinetadas de chuva fraca.
Agora o céu preto chove dentro de mim.
Agora o céu preto chove nela.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eu ganhei uma ex-namorada de natal. A mãe do meu vizinho disse que é melhor eu pensar assim, mas eu acho que ela disse isso preu tirar a roupa. Eu não tirei não. Meu vizinho disse que eu não devo ter sido bonzinho esse ano. Bonzinho deve ser quando as mulheres querem fazer safadeza, é sexo também, com você. Só que sendo homem. Eu acho que Papai Noel não é goba (goba é a mesma coisa de estar com febre), por isso que eu ganhei uma ex-namorada. Ex-namorada é ruim porque você não pode fazer nada. Eu tentei enganar ela dizendo que a gente ia jogar dominó, mas quando eu perdi e tirei a roupa ela foi embora.

Quando foi o dia de romper ano, que é um dia especial porque todo mundo se reúne para beber e comer como cavalos (mas cavalo não come carneiro, assim como a pessoa não come macaco e ainda por cima cavalo não come em pé, ele como de quatro, mas Seu Oliveira disse preu não sair falando isso não). Depois que todo mundo fica rindo, a gente espera chegar em 00:00 horas pra pular e se abraçar. É engraçado. Depois a gente volta a comer e a beber. SIM! HAHAHAHHAHA! Quase que esqueci! Tem fogos também, que é bonito e dá susto.

Eita! Quando foi o dia de romper ano eu recebi uma ligação no celular que eu comprei (o celular é uma máquina que inventaram pra gente não ver mais ninguém), eu fiquei feliz e fiquei triste, mas eu fiquei mais feliz. Porque o céu tava parecendo São João e eu fiquei parecendo carnaval, cheio de festa, mas depois amanheceu. (verbo intransitivo – é eu brincanu)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amélia não tinha a menor vontade!

Ontem eu fui dormir cedo pra acordar logo. Eu gosto de ir à padaria cedinho. A padaria é a casa do padeiro, eu acho que ele nunca sai de lá.
Na padaria tem uma pessoa pequena, meu vizinho diz que ela é anã, mas é mentira, o nome dela é Amélia. Eu gosto de fingir que vou sentar em cima dela, HAHAHAHAHAHA, mas ela não gosta não, eu acho. Eu queria fazer sexo com ela, eu penso que seria acrobático, Seu Oliveira disse que acrobático é aquilo que a gente não consegue fazer porque não tem força, mas eu não posso fazer sexo acrobático com ela não porque eu tenho uma namorada, mas ela não é pequena não, HAHAHAHAHAHA, se ela fosse pequena ia ser engraçado.

Mas na padaria não vende só pão não. Lá tem camisinha e cigarro. Camisinha é uma coisa que parece e tem gosto de chiclete, mas é um plástico que você usa pra não ter que fazer um plano de saúde, foi a mãe do meu vizinho que disse. A mãe do meu vizinho já tirou a roupa pra mim. Ela disse que quando a gente perde num jogo tem que tirar a roupa. Eu nunca mais quero ganhar dela, ninguém deve conseguir ser acrobático com ela. Todo dia eu compro camisinha e cigarro, mas lá não vende maconha não. Eu perguntei certa vez e me mandaram falar baixo, mas eu nem estava ouvindo música, eu nunca entendo vocês. Meu vizinho diz que eu sou estranho porque compro isso na padaria, mas eu também não entendo isso, mas acho que é porque a mãe dele nunca comprou camisinha na padaria.

Eu conheci uma pessoa que se chama Basílio. Ele é amigo de Seu Oliveira, mas eu não sei se ele é meu amigo também não. Seu Oliveira disse que a padaria não vende camisinha pra ele não. Eu penso que o padeiro quer que ele tenha um plano de saúde. Eu não sei se o padeiro tem raiva, ou se se preocupa com ele. HAHAHAHAHA, eu estou lembrando de Basílio ao lado da anã, HAHAHAHAHA, eu acho que se ele fizesse sexo com ela ia ser acrobático de verdade, mas eu penso que o padeiro devia deixar ele comprar camisinha antes. Seu Oliveira disse que se ele comesse (é fazer sexo com outra palavra) Amélia, ele a mataria, mas eu acho que ele não é um assassino. Mas se ele quiser botar tudo, digo, botar tudo a perder, eu acho que ele mataria mesmo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Voltei

Voltei. Algumas pessoas choraram, esperaram ansiosamente e até uivaram (os lobos uivam, eu acho, e as mulheres “gemedêras” – essa palavra não existe, eu já procurei, mas P.A. diz que existe. Ele diz que mulher gemedêra é a que não suportar “apanhar e calar”, mas eu não entendo. Como uma pessoa pode apanhar calada?), meu vizinho que falou. Não pranteiem, terráqueos, não se descabelem, carecas são horríveis! Que seu Oliveira não escute (é engraçado falar “escute” quando, na verdade, seria “leia”, mas eu não entendo, nunca, vocês). Ele não gosta de ser ofendido, mas também não gosta de muita coisa.

Voltei porque minha namorada disse que queria dormir comigo, mas nessa noite ela dormiu mesmo. Eu acho que isso é errado, eu aprendi que quando uma namorada quer passar a noite com você, ela não pode dormir, foi meu vizinho que disse. Ele disse que não dá pra fazer sexo com ela dormindo, mas eu fiz e ela não gritou – eu acho ela não é gemedêra. Tive que ficar olhando ela dormir até hoje. Meu vizinho disse que eu sou tabacudo (tabacudo deve ser uma pessoa que tem um tabaco grande, mas eu não tenho tabaco, Seu Oliveira disse que também usa tabaco e é por isso que ele não consegue respirar. Eu acho que ele usa errado. Eu acho que ele é um travesti) e que eu devia ser gaiêro, porque gaiêro pode fazer sexo com as pessoas acordadas. Mas eu gosto de vê ela dormir.

Ela disse que gosta de dormir, eu acredito. Eu acredito nela. Acreditar é botar a consciência pra dormir, eu ouvi. Pode até ser, e se for, que ela continue dormindo, eu não gosto de chorar. Eu já vi ela chorando, mas eu não pude fazer nada. Eu tive que pôr minha consciência na cama de novo, e cantar “boi da cara Preta”, que é uma música de terror pra você dormir mais rápido. E tem também a do “atirei o pau no gato”, mas o gato não morreu e eu não gosto de gatos. Eu gosto “da cara Preta”. Enquanto a consciência dorme com ela, eu deixo meus olhos abertos, pra ver os dela fechados.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre balões


Jogo é uma coisa que foi feita pra gente ganhar. Eu aprendi a jogar (mas jogar, nesse sentido, não quer dizer que você deve arremessar nada). Eu só não consigo ganhar porque eu não sou bom, eu acho. Eu aprendi a jogar dominó, primeiro. Eu fiquei enxergando uns homens que estavam jogando dominó na parada e quis aprender, mas eles não gostaram de mim e jogaram bolinha de papel na minha cara. Eles me chamaram de peru, mas eu penso que eles nunca viram um peru. Meu vizinho não quis me ensinar a jogar dominó porque ele diz que é jogo de taxista, mas a mãe dele me ensinou. Ela disse que se eu ganhasse, ela tiraria uma peça de roupa, mas eu não ganhei e ela tirou mesmo assim. Eu acho que os homens da parada não sabiam jogar direito.

Seu Oliveira disse que tem gente que adivinha quem vai ganhar um jogo, antes dele começar. Eu não acredito, mas ele diz que é verdade. Ontem eu tive que dar 30 reais ao meu vizinho, porque ele disse que ia chover e eu não acreditei. Eu descobri que ele roubou. O céu fica cinza quando vai chover. Eu soube, também, que quando a gente toma banho e não se enxuga a água some do mesmo jeito. Aí ela vai pro céu e o céu fica cinza. Depois ela cai de novo. Eu acho que ela também não gosta de cinza. O céu é a casa de Deus (o pai dos padres). Deus é dono de tudo, mas ele deixa a gente jogar também. Lá na casa dele não chove por que é depois da chuva.

Vai começar o São João. São João é um nome de homem, mas meu vizinho disse que é uma festa. Uma festa que tem bomba e fumaça. Eu penso que isso é guerra, mas ele disse que não é, porque tem comida. Eu acho que eu vou gostar do São João, porque todo mundo faz uns quadrados de papel, cortados no meio e pendurados numa corda. E tem balões de mentirinha também (quando a gente olha de longe parecem estrelas). Eu só não entendo porque os balões são todos amarelos e verdes. Eu vou mentir de pensar que eles são para o dia dos namorados. Eu penso que seria melhor. Namorar é quando a gente não quer mais pensar em mais de uma mulher, meu vizinho disse que é bom namorar, por que a gente dorme com uma mulher. Eu já dormi com uma mulher. É engraçado dizer que dormiu com uma mulher, porque a gente nunca dorme.

Seu Oliveira disse que a mulher também é um jogo, mas eu não aprendi a jogar esse ainda não. Nesse eu queria ganhar, mas eu acho que vou ter que roubar. Eu vou fumar cérebro de abutre. Quando eu ganhar a mulher, eu vou soltar um balão de verdade pra ela. Mas não vai ser nem verde, nem amarelo. Vai ser de todas as cores.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O carrapato do elevador

Deve ser esquisito ser mulher. Eu notei, depois de um tempo, que elas têm mudanças constantes de humor. Meu vizinho disse que humor significa vontade. Eu não entendi logo, só depois de uma observação mais detalhada. Quando a mulher está com o humor ruim, ela nunca quer o que o homem quer, nesse caso, como me aconselhou Oliveira, deve-se agir ao avesso. Por exemplo, se o homem quer ir à praia, ele deve dizer que a única coisa que ele não quer, é ir à praia. Ela vai querer ir à praia. Ou, se o homem não quer urinar em cima dela, ele deve falar que quer muito urinar em cima dela. Ela vai mandar você fazer sexo com o cú.

Meu vizinho disse que essas variações são mais constantes quando a mulher vai ficar de boi. Eu não sei como uma pessoa pode ficar de boi. Seu Oliveira disse que as terráqueas ficam de boi quando elas sangram. O homem também sangra, mas não é todo mês, como a mulher. É estranho sangrar sempre. Quando a mulher não sangra é porque ela vai fazer um humano, ou porque ela vai ter que ir ao ginecologista.

Deve ser bom ser ginecologista. Eu não conheço um, mas ele deve ser muito sabido. É engraçado, porque ele ensina à mulher o que fazer para não fazer filho, eu não sei o motivo.

Eu conheci um homem que mora no elevador. Ele fica apertando os botões para todo mundo. Eu acho que ele pensa que ninguém sabe apertar botões. Ele disse que queria fazer sexo com uma mulher de boi e com uma criancinha. Eu penso que ele é maluco, mas ele gosta de futebol e não gosta de peidos. Ele disse que os humanos só falam com ele para dizer que está calor ou frio, só que ele disse que consegue descobrir só.

Ele falou também, que tem uma gatinha no oitavo andar que não pode ver ele. Eu penso que ela é cega, mas eu não gosto de gatos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saudade

Eu ouvi uma música que fala de saudade, mas não era samba não. Sempre que eu tiver saudade eu vou escutar ela. Meu vizinho disse que sou Emo. Descobri que Emo é um franguinho (esse nome é engraçado porque é o nome de um animal pequeno, mas é usado pra chamar outro terráqueo de gay) que tem franja e é dramático. Ser dramático deve ser chorar no escuro. Foi meu vizinho que disse. Mas um feiticeiro falou que dramático é quem goza chorando. Gozar é um negócio que as pessoas ganham quando fazem sexo. Eu acho que tem gente que não gosta de ganhar. Meu vizinho chama de leitinho, mas não tem o mesmo gosto não.

Eu conheci saudade ontem. É uma coisa que se usa pra ficar calado. Eu gostei de saudade, mas eu tive que escolher uma pessoa pra sentir falta. Sentir a falta é não ver mais essa pessoa. Eu não gostei de sentir a falta, mas meu vizinho falou que é bom porque quando a saudade se vai a gente fica rindo.

Meu vizinho disse que eu era heterossexual porque eu escolhi uma mulher para sentir falta. É bom não ser gay, eu acho. Eu só não acho quando as pessoas ficam rindo porque eu me visto de terráquea. Eu devo ter cara de terráqueo. A roupa da mulher é divertida, mas eu nunca consigo me vestir sozinho. Eu tenho que usar roupa de mulher gorda. Eu acho que eu não vou mais me vestir de mulher.

Eu fumo quando sinto saudade. Foi seu Oliveira que mandou. Ele disse que é bom, mas tem gente que não acha. Eu não gosto de fumar. Irmão Waldir disse que eu vou ficar preto, por dentro, se eu ficar fumando. Ele disse também que era coisa do malígu (malígu é um rapaz que não gosta do pai dos padres, eu acho que ele tem razão). Mas eu acho que a saudade é preta também.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PORRADA NOS FAQUIRES!

Se eu morresse viraria um Brâmane, eu acho. Eu não tenho pecados porque eu não sou humano. Mas meu vizinho tem muitos pecados. Eu acho que ele vai virar um pombo. Ser pombo é engraçado e parece com a lagartixa. Eles só dizem sim. Eu disse isso a ele, mas eu acho que ele não gostou, eu não sei. Ele disse pra eu pegar a pomba dele, mas eu não sou gaiêro, ainda mais do meu vizinho. Esse negócio de transfiguração é engraçado, mas os gregos chamavam por outro nome, metempsicose, eu acho esse nome feio. Quem me disse isso foi seu Oliveira. Eu não compreendo o motivo pra chamar alguém assim, seu Oliveira, já que eu não estava falando com a mulher dele. Mas ele me disse que eu poderia falar com a mulher dele em qualquer centro espírita. Eu acho que ela é muito rápida. Nós estávamos indo para Bezerros, mas não é o animal não, é um lugar. Eu acho que não se pode dizer que vai para uma coisa.

No caminha a gente viu um bocado de gente com bonés e bandeiras vermelhas. Eles estavam queimando pneus no meio da rua. A gente teve que parar e esperar a polícia bater neles. Foi divertido. Oliveira disse que eles queriam terra. Eu não sei o porquê, mas tinha um bocado de terra lá. Eu acho que eles não podiam ver. Tem gente que não pode ver. Deve ser triste não enxergar. Eu acho que eles vão virar sapos quando morrerem. Seu Oliveira disse que eles pecam muito e que são desocupados.

Ele disse mais. Que eles eram pinguços. Só descobri hoje o que é pinguço. Eu não sabia que tem gente que bebe para ficar maluco por um tempo. Ele disse que isso também é pecado. Eu descobri que há muitos pecadores. Acho que só vai ter bicho, daqui a algum tempo. Eu não sei que bicho os pinguços vão virar, mas eles não podem ser camelos. Oliveira os chamou de esponjas, mas eu acho que ele não sabe que esponja não é um animal, só se for do mar.

Eu penso que nós deveríamos matar todos os animais. Mas meu vizinho disse que o Greenpeace não deixa. Ele deve ser muito forte. Mas eu acho que deveria. São todos pecadores. Eu acho que quem virou um verme deve ter pecado mais. E quem não tem pecado vira um Brâmane. Eu queria virar um Brâmane. Meu vizinho me falou que eles podem bater nos Faquires (Faquir é outro nome pra mendigo, mas um mendigo que parece um padre, só que mais sujo). Deve ser legal poder fazer isso. Oliveira disse que eu pareço um Faquir gigante, mas eu tomo banho.

Eu acho que padre vira Brâmane, mas meu vizinho disse que eles viram Jesus. Jesus é uma coisa engraçada. É uma espécie de mendigo ao contrário. Ele sai dando tudo que pedem a ele. Carro, saúde, mulher... Eu acho que ele não dá tudo porque ele não tem pecados, foi o que o meu vizinho me disse.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

VELHO SAFADO

O trajeto é meio estranho e cheio de curva. Eu decorei por que eu me perdi. Se perder é sempre confuso, isso eu já aprendi. Mas eu gostei de trabalhar numa Xerox. Se eu fosse um mendigo eu ia pedir dinheiro lá. Tem muitas moedas lá. E muito papel também. Mas ser escritor também é legal, só que não dá tantas moedas. Na volta eu não me perdi. Eu voltei com um velho que tinha os cabelos pintados. Ele me contou que tinha feito sexo, com a esposa dele, no ônibus. Eu não sei como a conversa chegou nesse assunto, mas eu acho que ele é safado. Eu acho que ele vai morrer logo mais, por que ele já está encolhendo. Eu descobri que quando as pessoas encolhem, elas estão morrendo. Ele disse que o cobrador não valia nada.

O velho não sabia o meu signo, mas acha que é touro. Eu não entendo signo. Tem também o Horóscopo, ele me disse que Horóscopo diz o que vai acontecer com cada pessoa. Eu acho que ele deve ser um profeta. Eu já li Horóscopo. No meio do caminho eu vi um gato e sai correndo atrás dele, mas o velhinho disse que tinha um mais bonitinho na casa dele, pra eu pegar. Mas não era gato não, era uma pitoca. Eu acho que ele é safado mesmo. Eu saí correndo. Na casa dele tinha um aquário sem água e cheio de rã. Eu penso que deveria ter peixe, mas meu vizinho falou que peixe só tem no rio. Mas eu acho que vai acabar os peixes e as rãs do rio. Mas eu acho que tem no mar também. O velho tem a pitoca enrugada.

Amanhã eu não vou mais trabalhar na Xerox por que eu quis pegar no peito de uma mulher. Ela não gostou, mas a minha vizinha gosta. A mulher da Xerox me bateu com uma revista que se chama “Caras”. Caras, nesse sentido, não quer dizer várias pessoas, eu acho. Eu não sei como ela conseguiu me acertar sem poder ver. Eu acho que era mentira dela. Só pra não entrar na fila. Meu vizinho disse que nunca enfrenta filas por que é deficiente moral. Eu não entendi.

Tem um doido aqui na rua que fica cantando e andando de bicicleta. È feio andar de bicicleta (tem terráqueo que chama de brisciqueta, eu riu). Ele canta qualquer música que você mandar, mas canta sem ninguém mandar também. Eu gosto quando ele fica imitando o pato Donald, é legal. O pato Donald também não deve gostar de padres. Esse doido tem cheiro do cocô de vocês. Meu vizinho disse que era cheiro de Agamenon Magalhães, eu não entendo.

Ontem eu aprendi o que é discriminação. É uma coisa que os terráqueos usam pra fazer os outros chorarem ou ficarem com raiva. Tem gente que gosta de fazer isso com gay, tem gente que faz com pobre e tem gente que faz com um bocado de coisa. Mas eu vi que tem gente que faz isso com mendigo. Eu gosto de mendigo. Tem um que não tem mais a bola do joelho e pede dinheiro por que não pode trabalhar. Mas eu acho que ele tem sorte. Eu também não posso mais trabalhar na Xerox. Eu achava legal ficar olhando a bunda da senhora que me deu moedas, quando disse pra eu não voltar mais.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

NEM POODLES, NEM BANGUELAS.

Tem uma estrela engolindo o meu planeta, foi doutor Hubble que disse. Tomara que não engasgue. Eu não vou poder mais voltar pra lá, mas eu não queria mesmo. Doutor Hubble é uma espécie de profeta que vê o que acontece no meu mundo. Ele não conta conversa pra boi dormir, como meu vizinho disse. Eu queria saber contar conversa pra boi dormir, deve ser legal. Eu nunca vi um boi deitado. Só o camelo, mas o camelo é feio pra burro (essa expressão é confusa, por que ele também é feio pra mim). Um moço disse que tinha um urso engolindo minha mãe ontem, mas eu acho que ele não sabia que era uma estrela. Esse moço não gosta quando a gente derrama cerveja nele. Eu não sei, mas ele devia ter perdido dinheiro na rua. Meu vizinho fica assim quando perde dinheiro na rua. Esse moço estava no ônibus

Eu conheci uns duendes hoje. Eles são negros e fazem macumbas (ritual fortemente ligado à vingança, segundo Irmão Waldir, que se diz filho de Deus). Tem gente que diz que as pitocas deles são as maiores do mundo, mas o tio do meu vizinho disse que elas têm um tamanho normal. O fato dos duendes não crescerem é que faz com que as pitocas fiquem desproporcionais. Deve ser interessante ver 13 duendes fazendo sexo. Eu queria filmar.

Eu detesto ônibus, ele é tão ridículo quanto um poodle ou uma banguela. Devia ter mais de um ônibus na rua, porém nunca deveria haver mais de um poodle ou mais de uma banguela. Eles fedem, eu acho. Eu li que tinha um rapaz num ônibus que não gostava de joelho. Joelho é uma coisa bizarra. Eu também não gosto de joelho. Um humano ficou encostando o joelho nele e ele matou o menino do joelho. Eu acho que ele fez certo. Meu vizinho disse que não. Mas eu acho. Ele disse que eu dou o cú. Mas eu num dou não.

Hoje eu conheci o tecno-brega. A batida mais louca e frenética de Belém do Pará. Minha vizinha gosta de brega. Ela disse que é só putaria, mas eu não entendo. Disse-me, um dia, que puta era feio. Eu não sei, mas é divertido e as nêgas endoidam. Nêga é um sinônimo para mulheres sem pai. Eu não sei dançar brega, foi o que me revelaram. Eu não acho puta feio. Tem um lugar que só tem puta. Puta é a mãe de um monte de gente. Meu vizinho me fala direto dos filhos dela. Eu acho que ele não gosta muito deles. Eu conheço só um, eu acho. Eu gosto de puta, só não gosto de comunista. Eles vestem vermelho, falam alto e pensam que estão certos. Eles têm muitos companheiros. Meu vizinho disse que comunista é macho, mas eu penso que não.

Eu vi uma gorda. Eu não quero nunca ver essa gorda nua. Deve ter suor embaixo dos peitos dela. Isso eu queria ver. Todo gordo é alegórico. Eu gosto de gordo, mas eles ocupam muito espaço. Sempre que eu vejo um gordo eu me lembro de maionese e coca-cola light. Minha vizinha sempre compra duas pizzas grandes de calabresa e uma coca-cola light quando está de regime. Ela diz que vai ser gostosa. Eu não acredito, por que ela é feia e velha, mas o filho dela não acha. Mas tem gente que come muito e é bonita. Eu conheço uma terráquea que come muito e é bonita, mas eu não falo direito com ela por que ela dorme muito, ou pra sempre. Eu gosto dela.